sexta-feira, 23 de novembro de 2007

durar

Nós somos o que fazemos. O que não se faz não existe. Portanto, só existimos nos dias em que fazemos. Nos dias em que não fazemos apenas duramos.
Padre Vieira

Mandaram-me esta frase no meio daqueles e-mails piegas…
Não sei quem é o Padre Vieira..se será o Pe António Vieira…mas isso tb não interessa…
Esta frase faz-me pensar…
Recorda-me quando adolescente, tentei por diversas vezes ter um Diário e o meu drama diário de ter algo para escrever…porque os dias eram simplesmente “normais”…nada de especial ou relevante se passara para ser escrito…e se pensarmos nos nossos dias, eles são simplesmente “normais”, sem nada relevante para ser escrito…seremos pois um amontoado de durações…
Quando há algo de relevante para ser escrito é porque de alguma forma as nossas emoções foram tocadas mais do que o “ao de leve” normal dos dias normais…
Quando os nossos sentires são tocados, empurrados ou mesmo espezinhados, reagimos: “sim, existo!”
E desses momentos lembramo-nos… das discussões, das gargalhadas, dos choros, das indignações, das manifestações de amizade, das manifestações de falta de carácter, das provas de amor, dos sorrisos amarelos, dos fretes, da felicidade imensa, da dor enorme, do quentinho do nosso sofá enroscados a quem mais gostamos… e são destes pequenitos salpicos de vida que vamos construindo a nossa “duração” tenhamos ou não chegado á Índia por via marítima nesse dia…

E porque o objectivo primário da nossa existência será sobreviver o máximo possível, polvilhemos estes nossos grandes dias com pequenos nadas, porque quando deixarmos de existir, de nós, só ficarão estes nadas.

Bom fim de semana

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